domingo, 23 de junho de 2013

Não, eu não era criança em 2007

Ao contrário do que a maioria dos jovens deve pensar, 2007 não aconteceu há tanto tempo. Faz apenas 6 anos.
Se você é uma criança ou um adolescente deve pensar que estou enganada ou exagerando, mas provavelmente entenderá o que quero dizer daqui há alguns anos.
Quando se completa 13 anos se deixa de ser criança, é um tempo bom, mas que não volta nunca mais. A maioria dos jovens de hoje era criança em 2007.
Não, não sou adulta, pelo menos não completamente. Deixei de ser criança exatamente no ano a que estou me referindo, foi meu último tempo de liberdade, liberdade essa que ninguém jamais consegue novamente.
Quando se deixa de ser criança você deve seguir um padrão que foi adotado pela sociedade. Não pode mais brincar, não pode se fantasiar ou assistir certos programas. Aos 13 anos você deve arrumar um namorado ou pelo menos dar o primeiro beijo, escrever músicas e poemas de amor ou manter um diário onde um garoto da sua classe é o assunto principal. Quando se faz 13 anos, essas coisas são regras!
Tive minha liberdade roubada há 6 anos, época em que eu achava que 6 anos era pouquíssimo tempo. Afinal, 2001 foi há um tempão, não foi? Não foi.
A parte mais difícil de ter feito 13 anos em 2007 é ver as crianças de 7 anos fazendo 13 agora. Tendo a inocência roubada quer elas queiram ou não. E acredite, muitas querem! Como se crescer fosse uma boa coisa. Como se responsabilidade fosse fácil. Elas não entendem que a vida passa rápido, não importa que você ainda tenha 13 anos, um dia não terá mais, então aproveite, não deixe a sociedade te destruir como a muitos fez.

terça-feira, 18 de junho de 2013

18 de Junho Foi o Dia...

18 de junho de 2010 foi o dia em que eu estava tão animada pra ver Toy Story 3 que mal pude prestar atenção na aula. Eu estava tão incerta sobre o que iria acontecer que convidei quase toda a minha sala para ir ao cinema comigo naquele dia. Mas apesar de estar sozinha, e de todos terem dito não, mesmo que minha melhor amiga teria supostamente me trocado por um casamento, eu estava determinada a assistir meu tão esperado filme em sua estréia.
Mas quando minhas esperanças, junto ao horário escolar, estavam acabando, Hannah ligou ao meio-dia. Ela decidiu ir comigo.
Apressei-me em me arrumar enquanto esperava que ela chegasse. Então, quando estávamos ambas prontas para sair, nos demos conta de que desconhecíamos o caminho.
Como sempre, recorremos à nosso amigo, Renan, que na época morava só à alguns passos daqui. Imploramos que nos acompanhasse, mas ele negou a ajuda, pois sua irmã de 10 anos precisava estudar.
"O que é UM dia de estudo perdido?" dissemos e o fizemos ligar para a mãe, que estava no trabalho. De início ela recusou a ideia, mas depois cedeu. Logo lá íamos nós, os 4 rumo à um lugar quase desconhecido. Antes de chegarmos eu só pensava nas filas que iriamos enfrentar para podermos enfim comprar nossos ingressos. Qual não foi minha surpresa ao chegar e encontrar a bilheteria quase vazia...
Compramos os ingressos, escolhemos nossos lugares e fomos lanchar antes de ir ver o filme.
Talvez eu estivesse muito animada, ou talvez não gostei mesmo de calzone 4 queijos, não comi nem a metade.
Eu pensava no quanto iria chorar, em como seria emocionante... Esperei Toy Story 3 por toda a minha vida! Nem ao menos lembro da entrada, ou de como encontramos nossos lugares, ter chorado logo no início é o que mais tenho em minha memória. Não foi a abertura que me fez chorar, ou o logo da Pixar que tanto vi durante minha infância, mas o som da música que praticamente fez a minha vida. Quando Amigo Estou Aqui começou a tocar, não resisti, meu rosto foi banhado por lágrimas que não avisei nem por palavras, apenas levei a mão de Hannah até elas e a ouvi perguntar "VOCÊ JÁ ESTÁ CHORANDO???" É claro que eu estava, aquele era O MOMENTO, o que eu desejei que acontecesse durante longos 11 anos! E finalmente aconteceu! E fico feliz por poder lembrar de tantas coisas... Como a discussão que tivemos pelo Andy e as perguntas constantes de quem seria sua namorada. As conversas sobre filmes estrangeiros com um total desconhecido e o medo que senti quando o fim se aproximava. Era só um filme, mas na verdade não era. Eram as imagens de uma vida, era tudo o que esperei, o que quis e, diferente de todos os dias que espero que sejam especiais, não houveram decepções.

P.S.: Hannah caiu do ônibus quando estávamos voltando. Ela, literalmente, tacou a cara no chão! Eu de longe, fui a única que me preocupei, segundos após a queda todos, inclusive ela, estavam rindo!