segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

E agora, quem poderá nos defender?

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Me desculpando pela demora e por não parar de falar no Chespirito desde que ele faleceu! A morte dele foi a mais significativa de todos os atores de quem já gostei que já se foram. Por quê? Bom, nunca tive esperanças de conhecê-lo, nem sonhei com isso, já que sempre acreditei ser impossível. Mas achei que conseguiria prestar uma homenagem que não fosse póstuma.
E comecei a pensar nisso exatamente na última semana de novembro enquanto assistia Chapolin. Mas o que falar de alguém que você nunca conheceu, mas admira tanto?
Chespirito fez simplesmente minhas tardes, minhas noites e minha infância, com um humor inocente de fácil compreensão que fazia rir crianças de todas as idades. Sempre o descrevi como gênio. E em meio à tantas memórias, e tanto a dizer não consegui pensar em nada! Em nada à tempo... Por duas vezes comecei a escrever, por duas vezes não consegui e deixei para depois. Para depois quando estivesse mais criativa, para depois quando as palavras viessem de forma mais fácil, para depois... Quando ele morresse...
Não tenho certeza de quantos dias se passaram até ser bombardeada com a notícia "Chaves morreu", mas a primeira coisa que lembrei foi do texto que não escrevi. "E se eu escrever agora serei a fã poser que lembra do cara só depois que ele morre" e um medo terrível de que ninguém acreditasse que eu realmente gostava do trabalho dele tomou conta de mim.

E um medo terrível de que eu nunca terminasse esse texto, já que o escrevo desde o ano passado... Acho que o motivo de tanta demora foi que Roberto Bolaños teve mais significado do que o de um simples ator na minha vida. E sempre tenho dificuldade em falar sobre pessoas importantes... Foi ele o responsável pelos meus primeiros passos tanto como escritora, como como atriz. Foi seguindo-o que, aos 10 anos, escrevi minhas primeiras peças onde, assim como ele, também atuava e "dirigia". Não deixava de lembrar de seus trabalhos quando observava que meu elenco raramente mudava. Minhas peças eram quase sempre encenadas pelos mesmos amigos... Sei que nunca atingirei o sucesso dele, mas espero trabalhar, seja no que for, com a mesma dedicação que sei que ele sempre teve.
E quando pergunto "Quem poderá nos defender?" ainda ouço a resposta de Chapolin Colorado pela TV.

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