sábado, 3 de setembro de 2016

Gene Wilder e a Fábrica de Emoções

Vamos falar do mês de agosto?
Como o título pode sugerir, nesse texto vamos falar sobre Gene Wilder, emoções e uma questão: O Que Você Posta É O Que Você Sente?
Mas Dany, o que o mês de agosto tem a ver com o Gene Wilder, as emoções que sentimos e o que postamos na internet?
Tudo!
Vamos dividir as sessões para que você, querido leitor, entenda melhor.

Emoções
O início de agosto foi bem difícil para mim. Não só porque minha tia se encontrava hospitalizada há meses, mas também porque me senti obrigada a não demonstrar minha tristeza para poder confortar minha mãe, que deveria estar sofrendo bem mais que eu.
Quando ela faleceu foi um choque para todos. Embora parecesse inevitável, ninguém está preparado para perder ninguém. Fiquei triste, o mais triste que poderia ficar. Sim, eu sou aquela pessoa que não para de chorar em velórios, qualquer velório (ou missa de sétimo dia, apesar de não ser católica).

O que você posta é o que você sente?
No meu caso, a resposta à essa pergunta é Não. Diferente da maioria das pessoas nos dias de hoje, eu não posto sobre a minha vida pessoal na internet. Minhas conquistas, minhas tristezas, fracassos, emoções diversas, eu guardo para mim ou compartilho com pessoas próximas. Às vezes tem uma foto ou outra de algum aniversário, um texto para um amigo, uma foto de um momento especial... Mas o que você mais pode encontrar na internet com o meu nome está relacionado à filmes, séries, personagens fictícios, livros e o que mais se aproxima da nossa realidade: escritores e atores. Não estou dizendo que nunca desabafei no Twitter sobre algo, provavelmente fiz isso quando era mais nova, mas depois que temos consciência de que qualquer pessoa pode ler mudamos nosso pensamento. Desde que percebi como realmente eram as Mídias Sociais às utilizei com mais sigilo. O que tem nas minhas redes sociais hoje é referente à mídia, não é a minha vida aberta para todo mundo ver, logo não me senti confortável em compartilhar com o Mundo o que estava sentindo no início de agosto. Embora tenha sido pressionada à seguir o que meus tios e primos estavam fazendo (escrevendo textos e postando fotos sobre minha tia), decidi apenas trocar minhas fotos e capa de perfil do Facebook por um fundo preto. Assim saberiam que algo havia acontecido, deduziriam luto e eu ficaria isenta de explicar qualquer coisa a mais que traria à tona toda a tristeza pela qual eu passava diariamente sempre que lembrava do acontecido. Até porque, quanto mais algo me afeta emocionalmente, menos eu quero falar sobre isso.

Gene Wilder 
Se você conhece o meme Condescending Wonka, certamente conhece Gene Wilder. Foi ele quem interpretou o personagem título do filme Willy Wonka and the Chocolate Factory, de 1971. Willy Wonka e a Fábrica de Chocolate, ou simplesmente A Fantástica Fábrica de Chocolate no Brasil, foi a primeira adaptação cinematográfica do livro infantil de mesmo nome escrito por Roald Dahl. Foi ele, Gene Wilder, que cantou uma das músicas principais do filme, Pure Imagination, que virou meu lema por um tempo em 2011 (juntamente com Closer And Closer And Closer, de O Pequeno Príncipe de 1974). Assisti Cegos Surdos e Loucos pouco depois e, agora em 16 de agosto, vi O Jovem Frankenstein. Fiquei chocada com a notícia da morte de Gene no dia 29. Soube pelo diretor Judd Apatow quando resolvi olhar meu Twitter. Minha reação imediata foi "Preciso escrever sobre isso!", afinal ele era um ator que eu admirava... E quando meus atores favoritos morrem sempre sinto que devo dizer ao mundo o que sei. Mas, se não escrevi algo sobre minha própria tia, por que escreveria sobre Gene "sei lá das quantas" Wilder? Não o conheci de verdade... Seria vista como insensível, estranha... "Ela só se importa com atores", iriam pensar.
Eu não me importo com atores. Eles não me causam sofrimento. Não é por eles que sinto alguma coisa. Eles não fazem parte da minha vida à não ser pelo que a Mídia trás. E é disso que eu falo nas Mídias sociais. E nada disso tem a ver com o que realmente passa dentro de mim. Um filme legal pode te deixar feliz, mas nada disso tem validade comparado à vida real e o que realmente acontece fora das telas.
Então, ficou mais claro? Agosto não foi nada bom, não é?
Apesar de não fazer o mesmo, não tenho nada contra quem escreve textos cheios de emoções para outras pessoas. Os acho muito bonitos quando são de coração, mas não é algo que consigo fazer com facilidade.
Tenham um bom Setembro, seres. Que nenhum mês traga para vocês o que agosto de 2016 trouxe de ruim para mim.

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