quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Texto que Não Escrevi + Porque Gosto do Guilherme Briggs

Desde que soube que não poderia desejar Feliz Aniversário ao meu dublador favorito junto à outros fãs, venho pensando numa outra maneira. Um texto incrivelmente perfeito sobre o motivo dele ocupar um lugar no meu coração foi a minha primeira ideia. Qual o problema? Eu não escrevo textos dedicado à pessoas quando sei que elas irão ler!
Para mim é extremamente difícil escrever palavras carinhosas para alguém, por mais que eu goste da pessoa. Não sou insensível, posso até me considerar sensível demais, pois um dos motivos pelos quais não faço tais coisas é saber que, por melhor que sejam as minhas intenções, posso me expressar mal e fazer com que os outros entendam errado.
Dediquei um bom período do meu dia à tentar transmitir por palavras o que o Guilherme Briggs significa para mim. Pensei em escrever sobre como me tornei sua fã. Pensei em escrever um dos maiores motivos que me levaram a ser fã dele. Pensei em dizer o quanto ele fez parte da minha infância, mas todos esses assuntos juntos não me levaram à lugar nenhum. Deixo aqui então uma das três coisas, o que me leva a  considerá-lo um dos meus dubladores favoritos por 8 anos consecutivos (Briggs nunca sai do meu Top 3, fica migrando de 1 para 2 o tempo todo, atualmente é o número 1). Além de ser considerado um dos melhores profissionais da dublagem do país, e conseguir divertir a muitos com seu blog e os vídeos que posta nele (uma das pessoas mais criativas que já vi, sério!), Guilherme conseguiu comigo o que ninguém consegue: superar as expectativas! Não tenho certeza se escrevi sobre isso anteriormente (escrevi tanta coisa nesses últimos dias que não estou certa sobre o que publiquei), mas quando somos fãs de alguém geralmente criamos uma imagem para a pessoa, imaginando como ela seria ou como queremos que seja. Geralmente acabo me desapontando, pois costumava acreditar que os atores eram ao menos parecidos com seus personagens. Com Guilherme Briggs foi diferente, ele é, sem dúvida, bem mais legal do que eu imaginava!
Ainda que o fato dele ser dublador, e não ator de filmes ou novelas, tenha dificultado um pouco pensar na pessoa que ele seria, sempre o imaginei como um cara legal, que seria bem agradável conhecer. Conhecer, apertar a mão, talvez tirar uma foto, algo assim... Mas nunca ter nenhum tipo de conversa, não como as que tenho com ele no twitter às vezes. Ele fala com cada um dos fãs que o procuram e é sempre bem educado, inclusive quando alguém faz uma crítica ruim. Fiquei incrivelmente surpresa ao poder ter esse contato com ele, poder perguntar alguma coisa, falar do trabalho [dele], tirar uma dúvida, ou só brincar, como já vi várias vezes com outras pessoas (e comigo uma vez, o que foi lindo!).
Embora o Briggs tenha vindo à um evento na minha cidade, não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas espero revê-lo aqui um dia. Afinal, ele foi a única pessoa que fez com que eu levantasse 6 horas da manhã feliz só na esperança de vê-lo!
Obrigada tio Briggs, por ser essa pessoa maravilhosa que nos faz sorrir! E mesmo que seja tarde, ainda posso dizer Feliz Aniversário! (:

Sobre o post anterior...

Quando escrevi o que acredito ainda ser o post anterior a esse nos arquivos do meu blog (intitulado "Luto Secreto" de 23 de julho), não tinha nenhuma ideia de que alguém iria ler, muito menos gostar, ou pior, elogiar! Fiquei incrivelmente surpresa com as boas críticas que recebi. Decidi então enviar o link para mais pessoas, para saber se realmente tenho o dom da escrita, ou ter respostas positivas dos poucos que leram foi apenas um golpe de sorte. Creio que pelo menos 10 pessoas tenham passado os olhos naquele texto, o que não o fez tão secreto assim.
Na publicação a qual me refiro, digo que jamais falarei novamente sobre determinado assunto, que ninguém jamais arrancará novas palavras referidas àquela história de mim, a não ser que eu queira. O fato é que eu sempre vou querer! Enquanto pessoas se aproximarem de mim para falar sobre o que eu estava tentando esquecer, eu vou respondê-las, porque aquele assunto, embora triste, é algo sobre o que gosto de falar. Não porque admire a tristeza, eu se quer ficarei triste, mas feliz por poder lembrar de alguém que gosto, por mais que a pessoa não esteja mais entre nós. Estou escrevendo agora como uma retratação. Não é que nunca mais falarei no assunto, eu simplesmente não serei a primeira a falar. Se derem corda eu falo o dia inteiro!
Agradeço à todos que leram e gostaram do que postei anteriormente, fico realmente agradecida por suas opiniões! ;)

terça-feira, 23 de julho de 2013

"Luto Secreto"

Eu sempre me envolvo mais do que deveria...

Há alguns anos descobri algo que me deixou em choque por semanas. Mesmo sendo facilmente classificado como bobagem, o fato de meu personagem favorito desde os 3 anos ter tido 2 dubladores e eu nunca ter notado era, para mim, algo importante e um assunto a ser discutido constantemente.
Como eu nunca percebi? Eu me recusava a notar? Por que sempre foi fácil para mim identificar e diferenciar vozes de dubladores, mas não pude fazer isso com o personagem que eu mais gostava do filme que eu mais gostava?
Bom, talvez eu simplesmente tivesse ignorado o fato devido à esperança ilusória de que meu filme favorito fosse real. Depois que cresci, não havia motivo para não saber quem era o dublador do Woody. Até porque seria bem mais normal ser fã de uma pessoa que de um desenho animado. Mas ao obter a resposta que procurava, deparei-me com algo que jamais imaginei e que só pensei na possibilidade em meus piores pesadelos. Pesadelos aqueles que haviam se concretizado muito antes de eu se quer pensar que poderia acontecer.
Conhecendo os dois dubladores do simbolo da minha infância, não pude evitar de ter uma preferencia, o que foi a causa de minha decisão tardia e muito pensada sobre nunca mais tocar no assunto. Eu preferi aquele que havia deixado esse mundo. Não foi uma escolha, simplesmente aconteceu.
Depois de conhecer Alexandre Lippiani o máximo que pude, e por máximo eu digo, procurar por ele em quase todos os sites que eu conhecia, e stalkear a filha dele no facebook (nunca vou te perdoar por não ter me aceitado, Julia!), me tornei fã dele. No inicio era uma fã normal cujo o ídolo havia morrido, colecionando fotos e vendo vídeos, tentando lembrar de fatos da própria vida do tempo em que ele ainda habitava a Terra. Ele era alguém que não me conhecia e que não era, de nenhuma forma, próximo à mim (exceto pelas falas totalmente decoradas de Toy Story). Depois de ter algumas revoltas controladas por sua morte prematura, acreditei ter me acostumado totalmente à ideia de que o melhor dublador que meu Woody já teve havia deixado esse mundo para sempre (sem querer menosprezar o trabalho do Marco Ribeiro, que ficou tão perfeito que eu nunca diferenciei a voz dele da do Alexandre, obrigada Marco). Não fosse o meu querido Facebook e as páginas sobre dublagem que eu curto, minha aceitação teria sido eterna.
Encontrar fotos do Alexandre Lippiani na internet foi o trabalho de pesquisa mais árduo que eu já tive de fazer, logo, encontrar fotos dele na internet por acaso, isto é, sem estar procurando, era, no mínimo, impossível! Por isso me espantei ao vê-lo na minha timeline. Fiquei feliz, alegre e satisfeita, pois reclamava constantemente de que as pessoas não lembravam dele. Li os comentários, alguns de pessoas que o conheceram, e passei a considerá-lo ainda mais, mas nada foi como no dia em que Guilherme Briggs escreveu sobre ele.


O que li foi tão tão inesperado que não pude conter as lágrimas. Por muito tempo senti vontade de perguntar para o Guilherme se os dois eram amigos, ou pelo menos um pouco próximos, mas nunca achei que ele fosse responder. Nem foi preciso, a resposta acabou vindo até mim duas vezes. Na segunda ao vivo. Ele falou do Alexandre na minha frente, enquanto eu segurava a câmera com as mãos trêmulas e tentava não chorar e acabar estragando tudo.

Pelo contato relativamente próximo que tive/tenho com conhecidos dele, percebi que a tragédia de tê-lo perdido, por mais horrível e inaceitável que fosse não dizia respeito a mim de nenhuma maneira. Woody ficou órfão de dublador por 2 anos, mas eu era só a garotinha que alugava a mesma fita de vídeo todos os finais de semana. Então, por que chorar? Por que me importar? Por que sentir? Não havia lógica alguma.
Minha decisão de não falar sobre ele havia sido tomada meses antes, mas eu precisava fazer algo mais profundo, precisava esquecê-lo completamente. Uma tarefa nada fácil considerando as toneladas de páginas escritas sobre ele nos meus cadernos e diários. Eu precisava me livrar de pelo menos uma parte das milhares de coisas que havia escrito. Decidi deletar alguns dos comentários que fiz nas mídias sociais e, ao abrir meu querido Facebook para concretizar meu triste plano, encontrei... uma foto dele na primeira página! Foi o suficiente para me fazer mudar de ideia. Não que eu tenha interpretado tudo como uma espécie de aviso (inclusive a música Don't You Forget About Me (Não Se Esqueça de Mim) ao fundo), tomei apenas uma decisão menos "brutal". "Mantenha seu luto em segredo, não conte nada a ninguém, não peça ajuda nem que doa demais, um dia vai passar", e foi o que fiz. Nenhuma palavra sobre ele será arrancada de mim, nem com muita insistência a não ser que eu resolva falar. Apenas saiba que eu ainda me importo, sempre vou me importar, de uma maneira ou de outra. Alexandre Lippiani é, e sempre será, o dublador do Woody no meu país, meu ator brasileiro preferido, alguém que passou brevemente pela minha vida e fez minha infância feliz.
"Então brinque direito!"