quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Lembro-me

Sei que parei de escrever meus sonhos diariamente em 2009, mas alguns são tão interessantes e aparentemente bem bolados que merecem ser registrados! E o sonho que tive na última tarde foi um deles!
Eu não era exatamente eu, mas meus pais eram meus pais e eu tinha um irmão mais velho. Esse irmão era o Emile Hirsch, mas não era o Emile Hirsch, sabe como sonhos são... Havia um tempo que ele estava com problemas de memória. Meus pais já o haviam levado à vários médicos, mas nenhum deles sabia dizer o que ele tinha. Ele ia à lugares, fazia coisas e depois esquecia de onde tinha ido e do que tinha feito. Até que um dia, uns caras o assassinaram.
Pouco tempo depois disso eu voltei à ir à escola. Talvez por causa da tragédia sofrida, eu nunca conseguia chegar no horário certo das aulas. Como ainda estava no Ensino Médio, isso me prejudicou bastante. Fui alertada a não me atrasar mais um dia se quer, do contrário eu seria reprovada.
Lembro-me de levantar cedo e me apressar. Lembro-me de correr para chegar à escola o mais cedo possível! Lembro-me de um clarão e uma mudança repentina de cenário. A porta da sala, as paredes da escola e a professora enfurecida. Eu havia me atrasado. Mas o quê provocara o atraso?
O diretor tinha ido pessoalmente ao meu encontro e pediu que eu o seguisse até sua sala.. Conforme seguia seus passos, o caminho ficava mais curto e percebi que estava enfrentando os mesmos problemas que meu irmão. Senti um arrepio na espinha, um pânico interno. Eu tinha medo, mas a minha maior preocupação era em como contar à meus pais que tudo estava se repetindo.





Sonho de 30 de dezembro de 2015
Escrito em 31 de dezembro de 2015 às 2 horas e 29 minutos
por Daniella Cartwright, 21 anos

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Descanse em Paz, Caio César

Hoje estou de LUTO! É com grande tristeza que escrevo que o dublador do bruxinho mais famoso do cinema faleceu essa tarde.
Além de dublar Harry Potter, Caio César emprestou a voz à vários personagens conhecidos de minha infância, como o TK de Digimon Adventure e o Jimmy de Du, Dudu e Edu. Também o Príncipe Chiclete de Hora de Aventura, que já é mais atual.
Como fã de dublagem me senti abalada com a notícia, principalmente por causa da idade de Caio, que tinha apenas 27 anos, e fiquei sem saber o que de fato havia acontecido para ele vir a falecer, pois havia sido avisada por amigos.
É estranho como sempre que algo assim acontece as pessoas vem a mim esperando uma confirmação do fato, como se eu tivesse as respostas. Geralmente é uma delas que me deixa a par da situação, e então só depois posso dizer à outras pessoas. Mas é interessante que aqueles que me conhecem sabem o quanto gosto de dublagem (e o que for ligado à cinema, teatro e TV) e o quanto me importo com esses artistas. Não foi apenas a morte do Caio que me deixou triste e abalada, mas houveram outros acontecimentos quando pude ouvir "Você não o/a conhecia...". Existem pessoas cujos trabalhos estão tão presentes em nossas vidas que é difícil não esboçar reação quando algo assim acontece. Caio César era uma dessas pessoas para mim. Vai ser difícil assistir algo dublado por ele e não ficar entristecida, mas espero que ele esteja bem onde estiver e que Deus conforte sua família, porque a dor que estão sentindo não é nada comparada a minha.
E dizem que se você faz parte da infância de alguém, se torna inesquecível! Descanse em paz Caio César! Vou ficar aqui com as recordações que você deixou, na memória e na TV.


Deus Esteja Com Você


(28/09/1988-30/09/2015)

Links de notícias para mais informações: 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Processo Violento

Jovens em conflito
Argumentos e fatos
Divulgação dos dados
Leitura dos textos

Divulgação dos dados
Das taxas de criminalidade
Direto da União
Nos conhecimentos construídos

De forma coerente
Nunca fez por si só
Tanto de especialistas
Coerente e coesa

Textos motivadores
Anuários estatísticos
Outro fator
Considerado problema

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Concentração (caos, ordem e paz)

Sempre sinto vontade de escrever. Sempre. Às vezes começo e não consigo parar. Às vezes minha concentração me atrapalha. Às vezes as pessoas ajudam. Outras vezes não têm nada a oferecer e se dispersam vazias, proferindo palavras cheias de escândalos umas às outras.
Às vezes porém, quando minha concentração falha, a criatividade não chega e minha inteligência não é o bastante (inteligência nunca é o bastante), encontro uma forma própria de desenvolver algo através do caos e da ordem.
Caos. Eu odeio o caos. Não importa quantas vezes esteve presente na minha vida de forma direta, ele nunca me deixou de verdade. Está sempre aqui dentro se espalhando e se manifestando em materiais e pessoas aleatórias que gostam dele e o recebem. Eu nunca gostei. Nunca pensei em gostar, mas já fiz as pazes com o que há dentro de mim, embora o que existe no lado de fora ás vezes me enlouqueça. Mas não há como fugir, não há como esconder-se dele. Será que não?
Existe a paz que se encontra em pequeninas coisas. Talvez escondidas em momentos, em pessoas boas, ou em simples histórias que gostamos de ler e ouvir. Dessa paz, da ordem, nascem exemplos belos dos próprios lugares de onde vieram, ou de terras longínquas que nunca hão de existir.
Muitas vezes os dois se entrelaçam e fazem nós difíceis de serem desatados. Tocam-se como cobras e se misturam um ao outro antes que possam devorar-se. Quase sempre conseguem. É impossível escolher qual. Mas são os dois juntos, unidos, que torna tudo o mais interessante possível.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Close Your Eyes

I wish I liked hugs
I wish I liked kisses
I wish I liked spending time with someone

I wish I didn't get tired of the person
I wish my feelings would never go away
When I knew, of course, and could make sure I've found the one for me

I wish people had commitment
I wish people were true
I wish even friends that are not that close wouldn't lie as much as I know they do

I wish we didn't suffer
I wish that to all of you
'Cause I know that's what takes away our innocence in all the ways that it could

But what's real is not a wish
And wishing won't make things real
So all I ask is, please all of you, don't cry instead you know all you need to know about everyone else's true

domingo, 5 de julho de 2015

Novembro

Poema/canção, originalmente escrita no presente dia: 5 de julho de 2015 e traduzida do texto criado em inglês de título "November".


Novembro


Por que é que você tira o meu sorriso?
Você o tirou durante algum tempo
E o problema é que não posso tê-lo comigo

Eu sempre disse que podemos superar quase qualquer coisa
Mas as memórias continuam dentro de nós

É verdade, novembro?
Tudo bem, novembro
Sempre estarei aqui para você
As paredes são finas
Os personagens são maus
E eu não sei a verdade

Tudo bem, novembro
Eu te perdoo, novembro
Você estará aqui quando eu tentar?
Sem arrependimentos feitos pelos erros que cometi
Sem lágrimas para derramar hoje
Sem lágrimas para derramar hoje

É verdade, novembro?
Tudo bem, novembro
Sempre esperarei por você
As paredes são finas
Os personagens são maus
E eu posso descobrir a verdade

Tudo bem, novembro
Eu superei novembro
Mas ainda me sinto um pouco azul
A verdade é que
Não importa qual a aposta
Sempre estarei aqui para você
Sempre estarei aqui para você
Sempre estarei aqui para você

domingo, 21 de junho de 2015

Harley Quinn and the story of Pierrot

I was having this conversation one day with my sister... Her husband really likes Super Heroes and those stuff... I'm not very into that and never was, but we were talking about this new movie that was coming out. And most important, this new Joker played by Jared Leto. I don't really care about it but wanted to show my opinion on this (which is not good) and she started saying things about Harley Quinn, that she should make her cosplay this year. I was like "Noooo! I'm going to do this!" I had seen a video about her and I just thought she was so cool! Except for the fact that she's in love with Joker, I don't understand why people like him so much. But I didn't really know why I liked her. She made me think of my childhood and remember 2000's Carnaval when I dressed as some kind of crazy ballerina with a colorful outfit. Well, that wasn't Harley Quinn, I knew! And it also didn't have anything to do with Harley's clothes as well. So why the heck did she reminded me of that Carnaval of 15 years ago?
Well, as I could remember, the costume my mother had bought me when I was 6, as told by her, was Pierrot's girlfriend's. Pierrot who? I knew he was a famous character from Carnaval, some kind of clown, but I didn't care. That was the only thing I could remember nowadays about my costume. 15 years ago on Carnaval I had been Pierrot's girlfriend. After searching I found out "Pierrot's girfriend" was called Columbina, and she wasn't actually his girlfriend. She was just a girl he was in love with but was too shy to tell her. Their story is all about his love for her and how he suffers and is sad because she doesn't like him (or he thinks she doesn't) and than an interesting character shows up! Harlequin! Harlequin used to be just a clown that would entertain the audience while the actors took a break from the play, but people liked him so much that he ended up being a part of the show. He eventually "steals" Columbina from Pierrot. He's kind of Pierrot's opposite, always funny and making people laugh at his jokes. So in the end, I can say I was dressed as Harlequin's girlfriend, not Pierrot's. But as the main character always gets the girl (spoiler alert!) Pierrot ends up with Columbina. I think he writes letters to her, finally! So she breaks up with Harlequin, who apparently just wanted to joke with her.
That was how I found out why Harley Quinn reminded me of an old Carnaval costume, but I still don't get how could I remember Harlequin after all those years not even knowing I've heard about the entire story. I guess our memories are kept in our brains even if we can't remember them. Interesting.
Anyway, after knowing Harley Quinn was some kind of female version of Harlequin I fell in love with her even more! You see, my fav characters are usually male, and I always look for a way to be like them in some aspect, like a female version, or something... With Harley Quinn I don't need to do it, 'cause she's already one! It doesn't mean I'll start liking Batman, or DC, or any other character from a Super Hero film, this is not my type of film at all! I'll just like Harley and try to know more about her.




segunda-feira, 23 de março de 2015

Normas Sociais

Vejo como se as pessoas quisessem tanto ser aceitas pelo mundo que não tem seu raciocínio lógico. Sua própria forma de pensar. Querem tanto fazer parte da sociedade que se fecham na cultura universal existente hoje em dia. Não buscam respostas por si, mas aceitam o que seus "ditos superiores" impõem. Vivem presos num velho sistema, e jamais procuram sair dele.
A sociedade procura padronizar tudo, para que todos sejam vistos como iguais. Não somos iguais, somos semelhantes! Cada um deveria ter sua forma de pensar! Sua forma de viver! Mas ao invés disso, os padrões exigem que sigamos os mesmos caminhos, aprendamos as mesmas coisas, das mesmas maneiras, ignorando o fato de que todos temos tipos diferentes de inteligência (e cérebros individuais).
Claro que um único indivíduo não teria a solução para toda e qualquer falha existente na vida em conjunto. Mas acredito que se começarmos a pensar por nós mesmos e esquecermos todos os padrões e regras impostos sobre nós, seremos capazes de construir um mundo onde haverá oportunidade para todos.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Anjos de Papel

As estrelas tinham cores de onde eu vim. Quando eu as olhava elas contavam histórias. Histórias de amor centenárias, histórias de aventuras, histórias de magia, fadas, duendes, gnomos. Histórias sobre quem aguardava com esperança seus anjos de papel lhe levarem dali.

Gritos Inaudíveis no Peito

Uma das coisas mais tristes para um escritor, creio eu, é ter uma nova história para compartilhar com o mundo e não poder escrevê-la. Seja por falta de recursos, ou por falta de tempo. Pior ainda que ter um bloqueio no meio de um texto e não saber como continuar a história. Porque você já sabe como ela se desenrola, como ela continua, mas não pode fazer com que isso aconteça.
Enquanto a história fica guardada, e nem você pode ainda realmente conhecê-la, uma parte dela é morta pouco a pouco e enterrada no fundo do peito, junto com seus personagens, que gritam, cada vez menos audíveis, para poderem sair.




Ame alguém que não
existe. Ame alguém de
longe. Ame alguém que                  
não está com você.
Ou pior, ame alguém
que você criou.                                                                                 
                        Daniella Cartwright

domingo, 1 de março de 2015

Minhas Lembranças de Leonard Nimoy

Texto traduzido do original My Memories of Mr. Leonard Nimoy, escrito em inglês.

"Spock, quem?"
seria minha resposta se você mencionasse o meio-Vulcano, meio-humano, de orelhas pontudas, personagem de Star Trek. No entanto, se "Leonard Nimoy" fosse ouvido eu saberia exatamente de quem você estaria falando...
Como pode ver, diferente de basicamente todas as pessoas da Terra, eu não conheci Leonard Nimoy como o Sr. Spock. Eu se quer sabia quem o Sr. Spock viria a ser... 
"Oh, Daniella! Sua ignorante da cultura pop! Como você sabia quem era o Leonard Nimoy, então?"
Na verdade não lembro bem de onde o conheci. Ele era, para mim, considerado um dos atores mais importantes de "antigamente", mesmo que eu não reconhecesse a maioria de seus trabalhos.
Lembro de achar que era importante saber sua data de aniversário e poder reconhecê-lo caso o visse na TV.
Não me recordo da naturalidade de tais fatos porque tudo aconteceu anos atrás, nos primeiros momentos de minha adolescência... Mas lembro de vê-lo em Os Simpsons (e Futurama) e literalmente bater palmas porque estava vendo Leonard Nimoy!! Agora eu pergunto à mim mesma: "Como eu não soube sobre o Spock antes???"
Por "antes" quero dizer "naquela época". Na verdade "conheci" Spock interpretado por Zachary Quinto, acredite ou não... NO ANO PASSADO!
"OMG, DANIELLA! VOCÊ ESTAVA EM COMA OU O QUÊ???"
Não fiquem tão surpresos ou preocupados! Quando disse que conheci o personagem no ano passado, quis dizer que o vi num filme pela primeira vez, não que eu não fazia nenhuma ideia de quem ele era. Eu sabia que Spock era personagem em "alguma série", e acho que "àquela altura" já havia chegado à mim que Leonard Nimoy o tinha interpretado, mas meu conhecimento de ficção científica era tão pouco que nem consigo lembrar hoje em dia...
De qualquer forma, como aconteceu com Os Três Patetas, depois de assistir à um filme atual, procurei acompanhar a série original. E fiquei maravilhosamente fascinada! Spock se tornou meu personagem favorito devido a sua capacidade de não expressar emoções, e me identifiquei um pouco com isso. Comecei a assistir a série original em abril do ano passado, mas como não tenho muito tempo para ver minhas séries favoritas, levei um ano para terminar a primeira temporada (estou agora assistindo o segundo episódio da segunda).
Não tenho nenhuma explicação sobre como tive conhecimento de Leonard Nimoy, mas não de Spock, mas acredito que, devido ao seu trabalho e legado, seu nome ficou conhecido apesar do que deu voz a ele. Sou a prova viva de que Leonard Nimoy não era famoso somente pelo Spock, mas também por ele mesmo. E ainda que eu não tivesse tantos exemplos de outros projetos em que ele estivesse envolvido, Nimoy era/é tão importante em nossa cultura que cresci conhecendo seu nome.

Leonard Simon Nimoy (26 de março de 1931 - 27 de fevereiro de 2015)
Vida Longa e Próspera... em nossos corações! _\\//

My Memories of Mr. Leonard Nimoy

"Spock, who?"
this would be my answer if you mentioned the pointy eared half-human, half-vulcan character of the Star Trek series. However, if "Leonard Nimoy" was said that was when I would know who you were talking about...
As you can see, differently of basically every single person of the world, I didn't meet Mr. Nimoy as Mr. Spock. I didn't even know who Mr. Spock was... "Oh, Daniella! You ignorant of pop culture! How did you know who Leonard Nimoy was, then?"
Truth is said I don't quite remember where I know Leonard Nimoy from, he was, by me, considered one of the most important actors of "old times", even thought I didn't recognize most of his work.
What I remember then is knowing how important it was that I knew his birhdate and that I was able to reconize him when seen on TV.
I don't remember the naturality of the facts because they all happened years ago, on my early teens... But I do remember seeing him on The Simpsons (and Futurama) and literally clapping hands because it was Mr. Leonard Nimoy. Now I myself ask how didn't I know about Spock before??? By "before", I mean "at that time". I actually met Spock played by Zachary Quinto, believe it or not... LAST YEAR! "OMG, DANIELLA! WERE YOU IN A COMA OR WHAT???" Don't get too surprized, or worried! When I said I met the character last year, I meant I saw him on a movie, not that I had absolutely no idea of who Spock could be! I did know he was a character on "some show", and I guess at that time I already knew Mr. Nimoy played him, but my knowledge of science ficcion was so little that nowadays I can't even be sure of my memories about it... 
Anyway, like it happened with The Three Stooges, after watching a new film I went out on searching about the first show. And I was wonderfully fascinated! Spock became my favorite character due to his ability not to express emotions and I felt a little identified by that. I began watching The Original Series on April of the last year, but since I don't have a lot of time to watch my favorite shows, I took the entire year to finish the first season (I'm watching now the second episode of the second season).
I don't have any personal explanation on why I knew Leonard Nimoy, but didn't know Spock, but I believe that due to his work and legacy, his name was known despite what brought voice to it. I'm the living proof that Mr. Leonard Nimoy wasn't only known as Mr. Spock, but also by himself. And even thought I didn't have any example of other projects he was involved with, so important he was for our culture that I grew up knowing his name.


Leonard Simon Nimoy (March 26, 1931 - February 27, 2015)
Live Long and Prosper... in our hearts!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

E agora, quem poderá nos defender?

...

Me desculpando pela demora e por não parar de falar no Chespirito desde que ele faleceu! A morte dele foi a mais significativa de todos os atores de quem já gostei que já se foram. Por quê? Bom, nunca tive esperanças de conhecê-lo, nem sonhei com isso, já que sempre acreditei ser impossível. Mas achei que conseguiria prestar uma homenagem que não fosse póstuma.
E comecei a pensar nisso exatamente na última semana de novembro enquanto assistia Chapolin. Mas o que falar de alguém que você nunca conheceu, mas admira tanto?
Chespirito fez simplesmente minhas tardes, minhas noites e minha infância, com um humor inocente de fácil compreensão que fazia rir crianças de todas as idades. Sempre o descrevi como gênio. E em meio à tantas memórias, e tanto a dizer não consegui pensar em nada! Em nada à tempo... Por duas vezes comecei a escrever, por duas vezes não consegui e deixei para depois. Para depois quando estivesse mais criativa, para depois quando as palavras viessem de forma mais fácil, para depois... Quando ele morresse...
Não tenho certeza de quantos dias se passaram até ser bombardeada com a notícia "Chaves morreu", mas a primeira coisa que lembrei foi do texto que não escrevi. "E se eu escrever agora serei a fã poser que lembra do cara só depois que ele morre" e um medo terrível de que ninguém acreditasse que eu realmente gostava do trabalho dele tomou conta de mim.

E um medo terrível de que eu nunca terminasse esse texto, já que o escrevo desde o ano passado... Acho que o motivo de tanta demora foi que Roberto Bolaños teve mais significado do que o de um simples ator na minha vida. E sempre tenho dificuldade em falar sobre pessoas importantes... Foi ele o responsável pelos meus primeiros passos tanto como escritora, como como atriz. Foi seguindo-o que, aos 10 anos, escrevi minhas primeiras peças onde, assim como ele, também atuava e "dirigia". Não deixava de lembrar de seus trabalhos quando observava que meu elenco raramente mudava. Minhas peças eram quase sempre encenadas pelos mesmos amigos... Sei que nunca atingirei o sucesso dele, mas espero trabalhar, seja no que for, com a mesma dedicação que sei que ele sempre teve.
E quando pergunto "Quem poderá nos defender?" ainda ouço a resposta de Chapolin Colorado pela TV.